Oaltruista
Já estou na minha terra, Serra pura, foi ali que comecei a viver, ou a saber viver. Terra de frio, mas muito forte e determinada, as Aldeias em volta são puro granito. Eu estava lá quando acordei para a vida. Houve um dia que me desloquei para Arrifana, era tempo de me vestir a preceito, conforme mandava o nosso Senhor Reitor com as vestes a preceito comparadas aos do Sr. Reitor, era assim quem nós fazíamos, cumprindo as ordens do Sr. Reitor, José Quelhas Bigode.
Era uma personagem forte, culto e muito bem apresentado, fisicamente forte e determinado. Avia foguetes nestes dias e os cuidados eram importantes dado que se costuma fazer muitos foguetes. Tudo correio bem e os nossos vestimentos também eram importantes, que guardava-mos com todo o cuidado para outras festas. Em voara, por exemplo, havia muita gente nos dias de festa. As pessoas não se aperceberam que houve uma um miúdo de pouca idade que deixou perder água benta.
Era só um miúdo mas o Sr. Padre não perdoou. Deu-me um puxão de orelhas e foi implacável não perdoando, as pessoas que também foram mais ou menos duros não como deveria ser dada na pequena idade considerando a idade do miúdo. Uma bofetada foi demais e como padre não esteve no seu melhor.
Também houve um percalço numa das torres da Igreja de Seia. A pega do sino estava enfraquecida e eu que tinha nessa data cera de 10 anos ou menos. Isso foi só um pequeno acidente mas deixou uma grande marca na cabeça dado que puxando os sinos um deles partia mesmo dado que não dava para segurar. dado que tinha partido o gancho do sino.
Era muito novo e nada mais se falou no acontecimento da queda à roda das torres com os dois sinos a tocar. Um dos meus irmãos estava lá numa das torres e o sangue corria com a única reacção de dizer para o meu irmão toca toca, para continuar a tocar, mesmo correndo o sangue.
O sino deixou de tocar e o meu irmão insistindo lá o mandou parar o sino dado o sangue que corria. A minha irmã Hortênsia foi pelas escadas acima mas não atinava com qual das torres estava. Ela só queria saber como ia para uma das torres. O Sr. Reitor que era assim chamado mandou fechar couro.
Este de safado que se deu à bastante tempo deixou a marca do sino na cabeça, que se vê perfeitamente, não ligando ao sangue que corria mas mais preocupado com o dever de tocar o sino para a missa continuar.
A missa continuou. O meu irmão mais velho que tocava saxofone. É uma pequena memória que eu tenho no meu coração e que teve um fim triste dado a um acidente mortal quando descia para para o trabalho. Mais uma vez a vida não nos foi muito fácil e fatal.
Brevemente vou visitar a minha família em Seia. São tempos que nunca se esquecem.
Uma ternura para todos os que sempre amamos e tão pouco temos estado com eles.
Um beijo para todos.
António Eduardo Mendes Moreira
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